sexta-feira, 15 de setembro de 2023

AS SETE DORES DE NOSSA SENHORA

A Coroa das Sete Dores de Nossa Senhora relembra as principais dores que a Virgem Maria sofreu em sua vida terrena, culminando com a paixão, morte e sepultamento de Seu Divino Filho. E é junto à Cruz que a Mãe de Jesus torna-se Mãe de todos os homens e da Igreja. Unir-se às dores de Maria é unir-se também às dores de Nosso Senhor Jesus Cristo. Onde está a Mãe está também o Filho.


1ª Dor: Apresentação do Menino Jesus no templo

Nesta primeira dor veremos como o coração de Maria foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que seu Filho seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros. A virtude que aprendemos nesta dor é a santa obediência.

Ao ouvir essa profecia Maria continuou firme na fé, confiando no Senhor: Quem confia em Deus jamais será confundido. Em nossas penas e angústias, confiemos em Deus e jamais nos arrependeremos dessa confiança. Mesmo prevendo sofrimentos e dores, ao buscar fazer a vontade de Deus, continuemos firmes e confiantes no Senhor.


2ª Dor: A fuga para o Egito

Após o nascimento de Jesus, o Rei Herodes quis matá-lo e, por causa disso, um anjo do Senhor apareceu a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise”. Obediente, “José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito” (Mt 2, 13-14).

Unidos à dor que Maria sentiu nessa ocasião, peçamos forças para suportarmos com paciência as dores de nossa vida, e para nos mantermos afastados dos pecados. Estejamos unidos a tantos que sofrem perseguição e são obrigados a fugir de seus países.

3ª Dor: Perda do Menino Jesus

A dor de Maria pela perda de Jesus foi sem dúvida uma das mais amargas, porque ela então sofria longe do Filho; e a humildade fazia-lhe crer que Ele se tinha apartado dela por causa de alguma negligência sua. Sirva-nos esta dor de conforto nas desolações espirituais, e ensine-nos o modo de buscarmos a Deus, se jamais para nossa desgraça viermos a perdê-lo por nossa culpa.

Aqui nos unimos a tantas situações de famílias que “perdem” seus filhos para as drogas e o mundo do crime. Somente no retorno ao Senhor representado pelo templo é que serão reencontrados.


4ª Dor: Doloroso encontro no caminho do Calvário

Um dos momentos mais sofridos da Paixão é o encontro de Jesus com Sua Mãe no caminho do Calvário. Na ocasião, a troca de olhar com o Filho, a constatação das crueldades que Ele estava sofrendo, tudo causava imensa dor no Seu Coração de Mãe. Unidos à dor que Maria sentiu naquela ocasião, peçamos forças para suportarmos com paciência todas as dores de nossa vida e para nos mantermos afastados do pecado.

Nós nos unimos à dor de tantas mães que trocam olhares com seus filhos que carregam tantas cruzes e tantas dores no mundo de hoje. Aprendamos a sofrer em silêncio, como Maria e Jesus sofreram neste doloroso encontro no caminho do Calvário.


5ª Dor: Aos pés da Cruz

Maria acompanhou de perto todo o sofrimento de Jesus na Cruz, e assistiu de pé à sua morte: “junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena” (Jo 19, 25). Depois de três horas de tormentosa agonia, Jesus morre. Maria, sem duvidar um só instante, aceitou a vontade de Deus e, no seu doloroso silêncio, entregou ao Pai sua imensa dor, pedindo, como Jesus, perdão para os criminosos.

Quantas situações de cruzes e de morte existem em nossa sociedade! Miséria, fome, enfermidade, preconceito, indiferença, violência, insegurança, injustiça, maldades, maledicência! Quantas dores nos fazem sofrer! Unidos a Maria, estejamos em pé diante da Cruz.


6ª Dor: Uma lança atravessa o Coração de Jesus

Consideremos como, depois da morte do Senhor, dois de seus discípulos, José e Nicodemos, o descem da cruz e o depõem nos braços da aflita Mãe que, com ternura o recebe e o aperta contra o peito. A imagem de Nossa Senhora da Piedade nos mostra o amor de mãe ao ver o filho sem vida nos braços.

É a unidade com tantas situações que a Igreja, como mãe que é, vê seus filhos sem vida nos seus braços, seja pelos pecados, seja pelas injustiças ou perseguições. Com a mesma coragem e fé de Maria vivamos esses momentos difíceis deste conturbado século, sobretudo neste tempo de pandemia.


7ª Dor: Jesus é sepultado

Consideremos como a Mãe dolorosa quis acompanhar os discípulos que levaram Jesus morto à sepultura. Depois de tê-lo acomodado com suas próprias mãos, diz um último adeus ao Filho e ao Seu sepulcro, e volta para casa com as perguntas que toda mãe faz, ao mesmo tempo em que mergulha no mistério de Deus. À imitação de Maria, nós também encerremos nosso coração no sacrário onde reside Jesus Eucarístico, já não morto, mas vivo e verdadeiramente como está no céu.

Mas procuremos também encontrá-lo na pessoa dos irmãos, em especial dos mais pobres que nos fazem descobrir que Ele vive e está no meio de nós.

Maria suportou muitas dores, mas sempre esteve ao lado do Filho. Ela é exemplo de fiel discípula missionária. É aquela que vive a dor na esperança da Ressurreição.

Com Dom Félix

Nenhum comentário:

Postar um comentário